Stenting: O que é e Como é Realizado o Procedimento
Stenting: O que é e Como é Realizado o Procedimento O stenting é um procedimento minimamente invasivo utilizado para tratar obstruções nas artérias coronárias. Através de uma pequena incisão, um stent metálico é colocado para manter a artéria aberta, melhorando o fluxo sanguíneo. Esta técnica é frequentemente combinada com angioplastia para garantir resultados eficazes.
O principal objetivo deste método é prevenir a reestenose, ou seja, o novo estreitamento da artéria após uma angioplastia com balão. Para isso, o procedimento é realizado sob orientação de fluoroscopia, que permite visualizar o cateter em tempo real.
Estudos mostram que cerca de 95% dos pacientes relatam uma melhoria significativa na qualidade de vida após a intervenção. Além disso, os stents farmacológicos reduzem em 10% o risco de recorrência do problema.
Este tratamento é especialmente indicado para quem sofre de doença arterial coronária, uma condição que afeta a circulação do sangue no coração. Com técnicas modernas, o procedimento é seguro e eficaz, proporcionando uma recuperação rápida.
O que é o Stenting?
O stent é um pequeno tubo de malha metálica, geralmente feito de aço inoxidável ou liga de cobalto, que é colocado dentro de uma artéria para mantê-la aberta. Este dispositivo é essencial no tratamento de obstruções nas artérias coronárias, melhorando o fluxo sanguíneo e prevenindo complicações cardíacas.
Definição e Propósito
O principal objetivo do stent é evitar que a artéria se feche novamente após um procedimento de angioplastia. Atua como uma estrutura de suporte, garantindo que o sangue circule sem obstáculos. Existem dois tipos principais:
- Stents não revestidos: Feitos apenas de metal, sem medicamentos.
- Stents farmacológicos: Liberam fármacos que reduzem o risco de reestenose em até 50%.
Diferença entre Stenting e Angioplastia
Embora frequentemente realizados em conjunto, estes procedimentos têm funções distintas:
- A angioplastia utiliza um balão para expandir a artéria obstruída.
- O stenting ocorre depois, com a colocação do dispositivo para manter a artéria aberta.
Os stents biodegradáveis são uma inovação recente, dissolvendo-se após cerca de três anos, eliminando a presença de um corpo estranho no organismo.
Indicações para o Stenting
Quando é recomendado o uso de um stent coronário? Este procedimento é indicado para pacientes com obstruções graves nas artérias, geralmente acima de 70%. A decisão depende de sintomas, exames e riscos associados.
Doença arterial coronária
Pacientes com doença arterial coronária avançada são os principais candidatos. A condição surge quando placas de gordura reduzem o fluxo sanguíneo, causando falta de oxigénio no coração.
- Critérios: sintomas persistentes mesmo com medicação ou alterações no ECG.
- Contraindicação relativa: artérias com diâmetro inferior a 2 mm.
Enfarte agudo do miocárdio
Em casos de heart attack (enfarte), o stent pode salvar vidas. Quando aplicado nas primeiras 12 horas, reduz a mortalidade em 40%.
O procedimento de emergência remove blood clots e restaura a circulação rapidamente.
Angina instável
Pacientes com chest pain intenso e repentino (angina instável) podem precisar de intervenção em 48 horas. Isso evita complicações como enfartes.
Estudos mostram taxa de sucesso de 98% em artérias não calcificadas.
Tipos de Stents
Os stents são dispositivos essenciais no tratamento de obstruções arteriais. Existem diferentes tipos, cada um com características específicas que se adaptam às necessidades dos pacientes. A escolha do stent depende do estado de saúde, do tipo de obstrução e do risco de complicações.
Stents de metal não revestidos
Os stents metálicos tradicionais são feitos de aço inoxidável ou ligas de cobalto. Eles fornecem suporte mecânico à artéria, evitando que ela se feche novamente.
No entanto, apresentam um risco de reestenose de 15-20%. São ideais para pacientes com contraindicações a medicamentos anticoagulantes.
Stents farmacológicos
Os stents farmacológicos (ou drug-eluting) liberam medicamentos como sirolimus ou everolimus. Essas substâncias reduzem a inflamação e a formação de tecido cicatricial.
Estudos mostram que diminuem a necessidade de reoperação em 70% comparados aos stents metálicos convencionais. São especialmente benéficos para diabéticos, melhorando a sobrevida livre de eventos.
Stents biodegradáveis
Feitos de ácido poliláctico, os stents biodegradáveis dissolvem-se no organismo após cerca de 36 meses. Eliminam a presença permanente de um corpo estranho.
Um exemplo é o stent Absorb™, aprovado pela CE em 2011. Representam uma inovação promissora, embora ainda em estudo para ampla aplicação.
| Tipo de Stent | Vantagens | Desvantagens |
|---|---|---|
| Stents metálicos | Baixo custo, boa resistência | Maior risco de reestenose |
| Stents farmacológicos | Reduzem reoperação, eficazes em diabéticos | Preço mais elevado |
| Stents biodegradáveis | Dissolvem-se, evitando permanência no corpo | Disponibilidade limitada |
Novas tecnologias, como stents com eluição dupla (antiproliferativo + anti-inflamatório), estão em desenvolvimento. A escolha deve ser feita em consulta com um cardiologista.
Como se Preparar para o Procedimento
Antes da intervenção, existem cuidados específicos que devem ser seguidos para minimizar riscos. A preparação inclui desde jejum até ajustes na medicação, garantindo que o procedure decorra sem complicações.
Orientações pré-operatórias
É necessário jejum de 6 horas antes da catheter insertion. Hidrate-se bem para reduzir o risco de nefropatia por contraste. Exames como creatinina e coagulação são obrigatórios.
Leve um acompanhante para a alta hospitalar, geralmente no mesmo dia. Informe a equipa médica sobre alergias a iodo ou histórico de sangramentos.
Medicações a evitar
Alguns medicamentos devem ser suspensos 7 dias antes:
- Blood thinners como warfarina.
- Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
- Clopidogrel, apenas se indicado pelo médico.
| Medicação | Período de Suspensão | Risco Associado |
|---|---|---|
| Warfarina | 7 dias | Sangramento excessivo |
| AINEs | 7 dias | Irritação gastrointestinal |
| Clopidogrel | Conforme orientação | Trombose |
Para ansiedade, pode ser administrado midazolam. Verifique a skin no local da incisão para evitar infeções.
O Procedimento de Stenting Passo a Passo
A colocação de um stent envolve várias etapas cuidadosamente planeadas. O processo é realizado por uma equipa especializada, garantindo segurança e eficácia. Dura, em média, entre 45 a 90 minutos.
Anestesia local e inserção do cateter
Primeiro, é aplicada anestesia local no local de acesso, geralmente no pulso (artéria radial) ou na virilha (artéria femoral). Um cateter é então inserido e guiado até à artéria obstruída, usando fluoroscopia para visualização em tempo real.
Um fio-guia de 0,014 polegadas atravessa a lesão. O contraste iodado pode causar uma sensação de calor passageira, mas é normal.
Colocação do stent
O balão é posicionado no local da obstrução e inflado a 14 atm, comprimindo a placa contra a parede da artéria. Em seguida, o stent é expandido, mantendo o vaso aberto e restaurando o blood flow.
Verificação final
Após a colocação, o médico verifica o resultado com ultrassom intravascular (IVUS) em 30% dos casos. Complicações como dissecção arterial são raras, ocorrendo em menos de 1% das intervenções.
O procedimento é considerado bem-sucedido quando o fluxo sanguíneo é restaurado sem obstruções residuais. A alta hospitalar ocorre normalmente no mesmo dia.
Riscos e Complicações do Stenting
Apesar de ser um procedimento seguro, a colocação de um stent pode apresentar alguns riscos. Estes variam consoante o tipo de stent utilizado e o estado de saúde do paciente. É importante conhecer as possíveis complicações para tomar decisões informadas.
Complicações imediatas
Alguns problemas podem surgir durante ou logo após o procedimento. O sangramento no local de inserção do cateter é comum, ocorrendo em cerca de 15% dos casos. Outras complicações incluem:
- Hematomas na zona de acesso vascular.
- Reações alérgicas ao contraste iodado (menos de 1%).
- Coágulos sanguíneos (trombose aguda) em 0,8% dos pacientes.
A dor local é temporária e geralmente controlável com medicação. Em casos raros, pode ocorrer lesão arterial durante a inserção do cateter.
Riscos a longo prazo
Algumas complicações desenvolvem-se semanas ou meses após o procedimento. A restenose (reobstrução da artéria) afeta 5-10% dos pacientes com stents farmacológicos. Outros riscos tardios incluem:
- Trombose tardia (até 1 ano após o procedimento).
- Infeções no local de inserção (menos de 0,5%).
- Reações inflamatórias devido ao material do stent.
Pacientes com diabetes ou insuficiência renal têm maior risco de complicações. A dupla antiagregação plaquetária (6-12 meses) reduz significativamente estes riscos.
| Tipo de Complicação | Frequência | Medidas Preventivas |
|---|---|---|
| Sangramento | 15% | Pressão no local de inserção |
| Trombose aguda | 0,8% | Antiagregantes plaquetários |
| Restenose | 5-10% | Stents farmacológicos |
| Infeção | <0,5% | Higiene rigorosa |
Centros de alta complexidade registam mortalidade perioperatória de apenas 0,5%. Seguir as recomendações médicas é essencial para minimizar riscos.
Recuperação Após o Stenting
A fase pós-procedimento é crucial para garantir uma recuperação eficaz e evitar complicações. Seguir as orientações médicas ajuda a acelerar o processo e a retomar as atividades diárias com segurança.
Cuidados Imediatos Após o Procedimento
Nos primeiros momentos, é necessário repouso de 4 a 6 horas se o acesso foi feito pela virilha. A equipa médica monitoriza:
- Pulsos distais para garantir circulação adequada.
- Sinais de sangramento no local de inserção.
- Alterações na pressão arterial.
A alta hospitalar ocorre geralmente em 24 a 48 horas. Evite movimentos bruscos para prevenir hematomas.
Atividades a Evitar
Algumas restrições são essenciais nos primeiros dias:
- Não conduza durante 48 horas.
- Evite esforços físicos intensos por 7 dias.
- Não levante pesos superiores a 5 kg.
Se sentir dor torácica recorrente, procure avaliação médica urgente. Programas de reabilitação cardíaca podem iniciar-se a partir da segunda semana.
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| Cuidado | Duração | Importância |
|---|---|---|
| Repouso | Evita sangramento no local de inserção | |
| Evitar conduzir | 48 horas | Previne tonturas e fadiga |
| Restrição de esforços | 7 dias | Reduz risco de complicações vasculares |
Complicações como pseudoaneurisma femoral são raras (0,5%). Hidratação e medicação prescrita ajudam na recuperação rápida.
Medicação Após o Stenting
Após a colocação de um stent, a medicação é essencial para prevenir complicações e garantir o sucesso do tratamento. O protocolo inclui fármacos que evitam coágulos e controlam fatores de risco cardiovasculares.
Anticoagulantes e Antiagregantes Plaquetários
A terapia dupla com blood thinners é padrão após o procedimento. Combina-se ácido acetilsalicílico (aspirina) com um inibidor P2Y12, como clopidogrel ou ticagrelor.
Duração recomendada:
- 12 meses para stents farmacológicos.
- 6 meses em casos de baixo risco.
O ticagrelor reduz eventos cardiovasculares em 16% comparado ao clopidogrel, mas pode aumentar o risco de sangramento.
Controlo do Colesterol e Pressão Arterial
As estatinas em dose alta são cruciais para manter o colesterol LDL abaixo de 70 mg/dL. Este controle reduz a progressão da aterosclerose.
Para a pressão arterial, a meta é
| Medicação | Dose Recomendada | Objetivo |
|---|---|---|
| Ácido Acetilsalicílico | 100 mg/dia | Prevenir trombose |
| Clopidogrel | 75 mg/dia | Reduzir adesão plaquetária |
| Atorvastatina | 40-80 mg/dia | Controlar colesterol |
Efeitos colaterais como sangramento gastrointestinal ocorrem em 2% dos casos. A monitorização regular é essencial para ajustar a terapia.
Eficácia do Stenting
A eficácia do stenting coronário é comprovada por estudos clínicos, com altas taxas de sucesso em pacientes selecionados. Este procedimento restaura o blood flow em artérias obstruídas, melhorando a qualidade de vida.
Taxas de sucesso
O sucesso técnico ultrapassa 98% em lesões não complexas. Stents de última geração reduzem a reestenose para apenas 5%. Dados mostram:
- Sobrevida livre de eventos: 85% aos 5 anos.
- Revascularização: 3% em stents bioabsorvíveis (2 anos).
Fatores que influenciam o resultado
Alguns elementos determinam o êxito do procedure:
- Positivos: Artérias com diâmetro >3 mm e lesões focais.
- Negativos: Calcificação severa ou diabetes mellitus.
| Comparativo | Stents | Bypass |
|---|---|---|
| Eficácia em lesões de tronco comum | Similar | Similar |
| Risco de reoperação | 5% | 8% |
Inovações como stents biodegradáveis prometem melhorias contínuas. A escolha do método deve considerar características individuais.
Alternativas ao Stenting
Nem todos os casos de doença coronária requerem a colocação de um stent. Existem outras opções terapêuticas, dependendo da gravidade da condição e do perfil do paciente. Estas alternativas podem ser cirúrgicas ou baseadas em medicação específica.
Cirurgia de bypass coronário
A cirurgia de bypass é indicada para pacientes com lesões múltiplas ou artérias muito calcificadas. Este procedimento cria um novo caminho para o sangue, contornando a obstrução.
Principais critérios para indicação:
- Lesão no tronco da coronária esquerda (>50%).
- Pacientes com diabetes e múltiplas artérias afetadas.
- Doença difusa não tratável com stenting.
Vantagens incluem menor necessidade de reoperação (8% vs. 15% com stents). No entanto, o custo é 2,5 vezes superior e a recuperação é mais demorada.
Tratamento médico otimizado
Em casos estáveis, a terapia clínica pode ser suficiente. O estudo COURAGE mostrou que o tratamento intensivo reduz eventos cardiovasculares em 30%.
Medicações-chave:
- Betabloqueadores para controlar a frequência cardíaca.
- Estatinas em alta dose (atorvastatina 80 mg).
- Ranolazina para angina refratária.
| Opção | Vantagens | Desvantagens |
|---|---|---|
| Bypass | Eficácia em lesões complexas | Recuperação prolongada |
| Terapia médica | Sem riscos cirúrgicos | Não resolve obstruções graves |
| Técnica híbrida | Combina stenting + bypass | Custo elevado |
Para doentes com artery disease avançada, uma avaliação multidisciplinar é essencial. A escolha depende de fatores como idade, comorbilidades e resposta à medicação Stenting: O que é e Como é Realizado o Procedimento.
Vida Após o Stenting
Após a colocação de um stent, a qualidade de vida melhora significativamente, mas é essencial adotar hábitos saudáveis. Estas mudanças reduzem o risco de complicações e garantem resultados duradouros.
Mudanças no estilo de vida
O abandono do tabagismo é prioritário, reduzindo a mortalidade em 36%. Uma dieta mediterrânica, rica em ômega-3 e fibras, ajuda a controlar o colesterol e a pressão arterial.
Atividades físicas regulares são fundamentais:
- 150 minutos/semana de exercício aeróbico moderado.
- Caminhadas diárias de 30 minutos.
- Evitar esforços intensos nos primeiros meses.
Monitorização regular
Consultas trimestrais no primeiro ano são cruciais para detetar complicações precoces. Exames como o teste ergométrico anual avaliam a resposta cardiovascular.
Programas de reabilitação cardíaca incluem:
- Acompanhamento psicológico.
- Avaliação nutricional personalizada.
- Monitorização da pressão arterial.
Ecocardiogramas bienais verificam a função cardíaca. Estas medidas previnem a progressão da doença aterosclerótica.
O Futuro do Stenting
Novas gerações de stents prometem revolucionar a medicina cardiovascular. A technology está a desenvolver dispositivos inteligentes que libertam fármacos sob demanda, adaptando-se às necessidades do paciente.
Os stents biodegradáveis de 4ª geração destacam-se por se dissolverem em 18 meses, eliminando riscos a longo prazo. Ensaios clínicos testam revestimentos com células-tronco para regenerar a parede do blood vessel naturalmente.
A realidade virtual está a ser usada para treinar equipas médicas em ambientes simulados, aumentando a precisão do procedure. A meta é reduzir a terapia antiagregante para apenas um mês, graças a materiais inovadores.







