Plasma Exchange e Plasmapheresis: Entenda o Processo
Plasma Exchange e Plasmapheresis: Entenda o Processo O sangue é essencial para o funcionamento do organismo, transportando nutrientes e oxigénio. Entre os seus componentes, o plasma destaca-se por ser rico em água, eletrólitos e proteínas, fundamentais para o sistema imunitário.
Existem dois procedimentos distintos que atuam sobre esta parte líquida do sangue. Um deles substitui o plasma, enquanto o outro apenas o remove. Ambos são usados em casos específicos, como doenças neurológicas ou hematológicas.
Este artigo explica como funcionam estes métodos, as suas indicações e os cuidados necessários. Compreender estes processos ajuda a tomar decisões informadas sobre tratamentos médicos.
O que é Plasma Exchange e Plasmapheresis?
O corpo humano depende do sangue para manter o equilíbrio vital. Entre os seus elementos, o líquido amarelado, conhecido como plasma, desempenha um papel crucial na saúde.
Definição e diferenças entre os dois procedimentos
A plasmapheresis é um método que remove seletivamente o plasma. Este processo é comum em doações, onde o líquido é recolhido para análises ou transfusões.
Já o plasma exchange vai além. Substitui o plasma com problemas por fluidos esterilizados ou plasma saudável. Ambos os métodos são usados em contextos médicos distintos.
Componentes do sangue envolvidos
O sangue é composto por várias partes. O plasma representa cerca de 55% do volume total. Contém água, sais minerais e proteínas essenciais.
As células vermelhas transportam oxigénio. Os leucócitos defendem o corpo contra infeções. As plaquetas ajudam na coagulação.
Estes elementos trabalham em conjunto. Quando um falha, procedimentos como os mencionados podem ser necessários para restaurar o equilíbrio.
Para que serve o Plasma Exchange e Plasmapheresis?
Doenças neurológicas e hematológicas podem exigir intervenções específicas. Estes procedimentos são usados para remover ou substituir componentes problemáticos do sangue, melhorando sintomas e qualidade de vida.
Condições neurológicas tratadas
Em casos como esclerose múltipla, proteínas que atacam a bainha de mielina são removidas. Isso reduz inflamações e danos nervosos.
Na miastenia gravis, os autoanticorpos anti-AChR são filtrados. Este processo alivia fraqueza muscular e fadiga.
Distúrbios sanguíneos
A crioglobulinemia envolve proteínas que se aglutinam no frio. A remoção destas proteínas previne complicações vasculares.
Na thrombotic thrombocytopenic purpura (TTP), o plasma com défice da enzima ADAMTS13 é substituído. Isso evita coágulos perigosos.
Casos de cancro
No mieloma múltiplo, células plasmáticas cancerígenas são filtradas. Reduz-se assim a carga de imunoglobulinas monoclonais.
Em linfomas, a diminuição de IgM melhora a resposta ao tratamento.
| Condição | Efeito do Tratamento |
|---|---|
| Esclerose múltipla | Redução de inflamação nervosa |
| Miastenia gravis | Alívio da fraqueza muscular |
| TTP | Prevenção de coágulos |
| Mieloma múltiplo | Diminuição de células cancerígenas |
Estes métodos são adjuvantes. Não curam a doença de base, mas controlam sintomas e complicações.
Como funciona o processo de Plasma Exchange?
O processo de substituição do plasma envolve várias etapas técnicas precisas. Requer equipamento especializado e monitorização constante para garantir segurança e eficácia.
Equipamento utilizado e separação do plasma
Uma máquina com centrífuga ou filtros separa o plasma dos outros componentes. O sangue é retirado através de um cateter venoso central ou acesso intravenoso.
As células vermelhas e brancas são devolvidas ao corpo. Apenas o líquido problemático é removido durante a fase de filtração.
Substituição por fluidos ou plasma de dador
O plasma removido é substituído por albumina humana ou solução salina. A escolha do fluido depende do estado de saúde do paciente.
Em casos de hipoalbuminemia, usa-se albumina a 5%. O objetivo é restaurar o volume sanguíneo sem causar desequilíbrios.
Tempo necessário para o procedimento
Cada sessão dura entre 2 a 3 horas. A duração varia consoante o volume plasmático e o fluxo sanguíneo.
Durante o tratamento, os sinais vitais são monitorizados. Anticoagulantes como o citrato evitam coagulação no circuito extracorpóreo.
Riscos e efeitos secundários
Apesar dos benefícios, é importante conhecer os efeitos adversos associados a estes tratamentos. A maioria é ligeira e controlável, mas exigem atenção médica.
Hipocalcemia e hipotermia
O citrato, usado como anticoagulante, pode ligar-se ao cálcio no corpo. Isso leva a hipocalcemia, com sintomas como formigueiro nos lábios ou espasmos nas mãos.
Para prevenir, administra-se cálcio gluconato intravenoso. Em trocas volumosas, fluidos aquecidos evitam a queda da temperatura corporal.
Queda da pressão arterial
A remoção rápida de líquido pode causar hipotensão. Monitoriza-se o ritmo cardíaco e ajusta-se a reposição de fluidos para manter o equilíbrio.
Casos graves são raros, mas exigem intervenção imediata.
Fadiga pós-procedimento
Muitos pacientes sentem-se cansados após o tratamento. Isso deve-se à perda temporária de proteínas e à desidratação.
Recomenda-se repouso e hidratação oral reforçada nas horas seguintes.
| Efeito Secundário | Sintomas | Prevenção |
|---|---|---|
| Hipocalcemia | Formigueiro, espasmos | Cálcio gluconato IV |
| Hipotensão | Tonturas, fraqueza | Reposição volémica |
| Fadiga | Cansaço extremo | Hidratação e repouso |
Reações alérgicas a hemoderivados ou trombocitopenia são raras, mas exigem avaliação prévia. O sistema médico está preparado para intervir rapidamente.
Preparação e recuperação
Saber o que esperar antes, durante e depois do procedimento ajuda a reduzir a ansiedade. Seguir as orientações médicas garante maior segurança e eficácia do tratamento.
Recomendações antes do tratamento
Hidrate-se bem 72 horas antes. Prefira líquidos não gasosos, como água ou infusões. Evite bebidas alcoólicas ou com cafeína.
Faça refeições leves ricas em cálcio. Iogurte, espinafres ou queijo fresco são boas opções. Roupa confortável facilita o acesso às veias.
O que esperar durante o procedimento
O processo demora 2 a 3 horas. Pode ler ou trabalhar no portátil. Alguns pacientes sentem frio nas mãos ou formigueiro passageiro.
Um acompanhante é necessário para o transporte após o tratamento. O corpo pode precisar de tempo para se adaptar.
Cuidados pós-tratamento
Descanse nas primeiras horas. Hidrate-se bem e evite esforços físicos. Monitorize o local do cateter para sinais de infeção.
Exames de follow-up avaliam a eficácia. Se se sentir cansado, permita-se descansar mais do que o habitual.
O que deve reter sobre Plasma Exchange e Plasmapheresis
Estes procedimentos médicos oferecem soluções vitais para condições específicas. Atuam principalmente em doenças autoimunes ou hematológicas, removendo anticorpos prejudiciais ao corpo.
A terapia é segura quando realizada em centros especializados. Efeitos adversos, como hipotensão ou fadiga, são geralmente ligeiros e controláveis.
Melhorias sintomáticas surgem em dias ou semanas, dependendo da patologia. Casos como TTP exigem múltiplas sessões para resultados ótimos.
O acompanhamento por hematologistas e neurologistas é crucial. Este método é um aliado poderoso em emergências médicas selecionadas.







