Colocação de nephrostomy tube placement: o que é e como é feito
Colocação de nephrostomy tube placement: o que é e como é feito Quando os rins não conseguem eliminar a urina devido a uma obstrução, um procedimento médico pode ser necessário. A colocação de um cateter especial ajuda a drenar o líquido acumulado, evitando complicações.
Este método é realizado sob anestesia local e com o auxílio de técnicas de imagem, como ultrassom ou raio-X. O objetivo é garantir precisão e segurança durante a intervenção.
O tratamento é considerado temporário, permitindo que o rim funcione normalmente até que a causa do bloqueio seja resolvida. Além disso, previne danos renais e reduz o risco de infeções.
Se precisar deste procedimento, é importante seguir as orientações médicas para uma recuperação adequada. A equipa de saúde irá explicar todos os detalhes antes da intervenção.
O que é uma nephrostomy tube placement?
Em situações em que o rim não consegue eliminar a urina de forma natural, pode ser necessário recorrer a um método de drenagem externa. Este procedimento ajuda a evitar complicações graves, como danos renais ou infeções.
Definição e finalidade
O sistema consiste num pequeno cateter que liga diretamente o rim a um saco de drenagem externo. A sua principal função é desviar o fluxo de urina quando existe uma obstrução no ureter.
É frequentemente utilizado em casos de:
- Hidronefrose (inchaço do rim devido à acumulação de urina)
- Pielonefrite (infeção renal grave)
- Preparação para cirurgias oncológicas
Quando é necessária?
Este método é recomendado quando outras opções, como um stent interno, não são viáveis. É especialmente útil em obstruções complexas causadas por:
| Causa | Exemplo |
|---|---|
| Cálculos renais | Pedras grandes que bloqueiam o ureter |
| Tumores | Compressão do trato urinário |
| Anomalias congénitas | Má formação do sistema urinário |
Embora seja um procedimento seguro, existe um risco de 1-3% de hemorragia durante a colocação. Por isso, é sempre avaliado caso a caso.
Como funciona o sistema de drenagem?
O sistema de drenagem é essencial para garantir o fluxo adequado de urina quando há obstruções. Composto por partes específicas, permite a saída segura do líquido acumulado no rim.
Componentes principais
O sistema inclui:
- Cateter: Feito de policloreto de vinila biocompatível, é flexível e seguro para o corpo.
- Saco coletor (drainage bag): Armazena a urina e deve ficar sempre abaixo do nível do rim.
- Conector verde: Liga o cateter ao saco, garantindo um fluxo unidirecional.
- Fixador tegaderm: Mantém o tubo estável na pele.
Funcionamento e cuidados
O sistema é fechado para evitar contaminação. A urina flui naturalmente para o saco, que deve ser esvaziado regularmente com higiene.
Recomenda-se:
- Verificar se o tubo não está torcido.
- Lavar as mãos antes de manusear o saco.
- Manter o saco abaixo da cintura para evitar refluxo.
Alternativas à colocação do tubo de nephrostomy
Nem todos os casos de obstrução urinária exigem o mesmo tratamento. Existem opções menos invasivas que podem ser consideradas, dependendo da situação clínica do paciente.
Stent interno
O stent interno é uma alternativa comum. Este dispositivo é colocado no ureter para permitir a passagem da urina. Requer anestesia geral e é frequentemente usado em obstruções malignas.
Principais características:
- Duração média: 20-30 minutos
- Custos mais elevados comparado a outros métodos
- Taxa de complicações: 5-10% de risco de deslocamento
Observação sem intervenção
Em alguns casos, o médico pode optar por monitorizar o paciente sem intervenção imediata. Esta abordagem só é viável em obstruções parciais e sem sinais de infeção.
Riscos associados:
- Deterioração da função renal em 48 horas
- Necessidade de cirurgia de emergência se a situação piorar
| Método | Vantagens | Desvantagens |
|---|---|---|
| Stent interno | Não requer acesso externo | Maior risco de complicações |
| Observação | Evita procedimentos invasivos | Risco de dano renal rápido |
A escolha do tratamento depende do estado clínico, causa da obstrução e expectativa de recuperação. O médico avaliará qual a melhor opção para cada caso.
Preparação para o procedimento
Antes de realizar o procedimento, é importante seguir certas recomendações para garantir segurança. O paciente receberá instruções detalhadas da equipa médica.
Orientações pré-operatórias
É necessário jejum de 4 horas antes da intervenção. Em casos selecionados, pode ser recomendado preparo intestinal. A triagem para MRSA é feita durante a pré-admissão.
Medicações a evitar
Alguns fármacos aumentam o risco de hemorragia. Devem ser suspensos 7 dias antes, sob supervisão médica.
| Medicação | Período de Suspensão |
|---|---|
| Varfarina | 7 dias |
| Apixabana | 7 dias |
| Ácido Acetilsalicílico | 5 dias |
Exames necessários
Serão solicitados:
- Creatinina sérica: Avalia função renal.
- Coagulograma: Verifica a capacidade de coagulação do sangue.
- TAC abdominal: Scan detalhado para planeamento.
Alergias a contraste iodado devem ser comunicadas antecipadamente. Estas medidas garantem um procedimento seguro e eficaz.
O que esperar antes da nephrostomy tube placement
O dia do procedimento começa com a admissão no hospital. A equipa de enfermagem faz uma triagem inicial para confirmar os dados do paciente e avaliar o risco cirúrgico. Este passo é essencial para garantir segurança durante a cirurgia.
Admissão no hospital
O paciente é encaminhado para uma sala de pré-operatório. Um anestesista avalia o estado clínico e discute os riscos, como perfuração intestinal (0,1% dos casos). Todos os detalhes são explicados antes da assinatura do consentimento informado.
É verificada a presença de próteses metálicas ou cardíacas. O tempo médio de internamento é de 24 a 48 horas, dependendo da recuperação.
Avaliação médica
Os médicos revêm os exames prévios e confirmam a necessidade do procedimento. Documentação relevante, como relatórios de alta, é preparada para o médico de família.
O paciente recebe informação sobre os cuidados pós-operatórios. Dúvidas são esclarecidas para reduzir ansiedade antes da cirurgia.
Como é feita a colocação do tubo de nephrostomy?
O procedimento de drenagem renal é realizado em ambiente controlado para garantir segurança. A equipa médica, liderada por um radiologista, utiliza técnicas de imagem para guiar cada passo. O processo demora cerca de 30 a 45 minutos.
Passo 1: Anestesia e posicionamento
O paciente é colocado em posição prono (de barriga para baixo). Aplica-se anestesia local (lidocaína 2%) na zona lombar. Isto garante conforto durante a intervenção.
Passo 2: Inserção do tubo com guia por imagem
Uma agulha fina (18G) é inserida no rim, guiada por ultrassom ou raio-X. Confirma-se a localização correta com contraste iodado. Segue-se a técnica de Seldinger modificada:
- Introduz-se um guia metálico (0,035″) através da agulha.
- O cateter é colocado sobre o guia e avançado até ao rim.
Passo 3: Fixação e conexão ao saco de drenagem
O sistema é fixado à pele para evitar movimentos. As opções mais comuns incluem:
| Método de Fixação | Vantagens |
|---|---|
| Sutura não absorvível | Segurança elevada |
| Adesivo hidrocoloide | Menor irritação cutânea |
Finalmente, o cateter é ligado a um saco coletor estéril. Uma radiografia pós-procedimento confirma a posição correta.
Quanto tempo demora o procedimento?
A duração do procedimento varia consoante a complexidade do caso. Em situações normais, a intervenção demora cerca de 30 minutos. No entanto, se existirem complicações anatómicas, pode prolongar-se até 2 horas.
Vários fatores influenciam o tempo necessário:
- Anatomia renal: rins com malformações exigem mais cuidado.
- Experiência do profissional: radiologistas especializados realizam o processo mais rapidamente.
- Técnicas de imagem: a combinação de ultrassom e fluoroscopia agiliza a inserção.
Comparado a outros métodos, este é mais rápido. Uma nefrostomia cirúrgica tradicional, por exemplo, demora cerca de 90 minutos.
| Fator | Impacto no Tempo |
|---|---|
| Preparação e esterilização | Incluído no tempo total |
| Casos complexos | Até 120 minutos |
| Uso de scan combinado | Reduz em 15-20% |
Estudos indicam que 85% das intervenções terminam em menos de 45 minutos. A equipa médica garante eficiência sem comprometer a segurança.
Efeitos imediatos após a colocação do tubo
Após o procedimento, é normal sentir algum desconforto no local de inserção. A equipa médica monitoriza os sinais vitais, como pressão arterial e frequência cardíaca, a cada 15 minutos nas primeiras horas. Este acompanhamento garante uma recuperação segura.
Monitorização no pós-operatório
Os cuidados incluem:
- Analgesia: Paracetamol intravenoso para controlar a dor.
- Drenagem: A urina deve fluir a mais de 30ml/hora para evitar complicações.
- Mobilização: Pode levantar-se lentamente, evitando movimentos bruscos.
Se não houver instabilidade hemodinâmica, a alta é geralmente dada em 24 horas.
Sinais de alerta
Alguns sintomas exigem atenção imediata:
- Hematúria maciça: Sangue em grande quantidade na urina.
- Dor intensa: Sensação de pontada no local ou costas.
- Febre: Pode indicar infeção no sistema de drenagem.
Contacte o médico se surgirem estes sinais. A deteção precoce evita complicações graves.
Cuidados com o tubo de nephrostomy em casa
Manter o sistema em boas condições é essencial para evitar complicações. Os cuidados diários incluem higiene, monitorização e algumas restrições de atividades. Seguir estas recomendações garante o bom funcionamento do dispositivo.
Troca do curativo
O curativo deve ser trocado três vezes por semana para prevenir infeções. Utilize uma técnica asséptica:
- Lave as mãos com água e sabão durante 20 segundos.
- Remova o adesivo antigo com cuidado, sem puxar o tubo.
- Limpe a pele ao redor com solução salina estéril.
- Aplique um novo curativo transparente, garantindo que fique bem fixo.
Gestão do saco coletor
O saco de drenagem deve ser esvaziado quando atingir dois terços da capacidade. Passos para uma manipulação segura:
- Feche a válvula de saída antes de desconectar.
- Despeje a urina num recipiente limpo e lave o saco com água fria.
- Evite tocar na abertura para manter a esterilidade.
Restrições diárias
Algumas atividades podem comprometer a segurança do sistema. Considere estas adaptações:
| Atividade | Recomendação |
|---|---|
| Natação | Proibida devido ao risco de contaminação |
| Levantamento de peso | Máximo de 5 kg para evitar deslocamento |
| Higiene pessoal | Use filme de PVC para proteger a zona durante o banho |
Em caso de bloqueio, a manobra de flushing (lavagem com soro fisiológico) pode ser necessária. Contacte o médico se persistirem obstruções.
Possíveis complicações
Embora seja um procedimento seguro, existem riscos associados à drenagem renal externa. Reconhecer os sinais de alerta e seguir as recomendações médicas ajuda a minimizar problemas.
Infeções
A infeção é uma das complicações mais comuns, com uma taxa de 7 a 15%. Pode ocorrer devido à contaminação do sistema ou à proliferação bacteriana.
Medidas preventivas incluem:
- Antibiótico profilático: Cefalosporina de 3ª geração antes do procedimento.
- Higiene rigorosa durante a troca de curativos.
- Monitorização de sinais como febre ou dor local.
Sangramento ou bloqueio
O sangramento significativo ocorre em menos de 3% dos casos. Já o bloqueio do sistema de drenagem afeta cerca de 1% dos pacientes.
Para lidar com estas situações:
- Lavagem com soro fisiológico 0,9% em caso de obstrução.
- Intervenção urgente se houver hemorragia incontrolável.
A mortalidade relacionada a estas complicações é inferior a 0,2%.
Quando contactar o médico
Saber identificar situações que exigem atenção médica imediata é crucial para evitar complicações graves. Alguns sinais indicam que o sistema de drenagem pode não estar a funcionar corretamente ou que existe uma infeção.
Sinais de emergência
Contacte o médico imediatamente se notar:
- Febre acima de 38,5°C, que pode indicar uma infeção.
- Redução súbita ou paragem total do fluxo de urina.
- Dor intensa na zona lombar ou no local de inserção.
Problemas com o sistema de drenagem
Se o dispositivo apresentar falhas, siga estas orientações:
| Problema | Ação Recomendada |
|---|---|
| Deslocamento parcial | Fixar com adesivo médico e contactar a equipa de urologia. |
| Vazamentos | Aplicar compressa estéril e verificar as conexões. |
| Bloqueio | Não tentar desobstruir sozinho – ligar para a enfermeira de urologia. |
Mantenha um registo horário do débito urinário. Isso ajuda o médico a avaliar a função renal. Tenha sempre um kit de emergência em casa, com seringas estéreis e solução de clorexidina.
Em caso de dúvida, não hesite em contactar os serviços de urgência. A rápida intervenção pode prevenir complicações graves.
Remoção do tubo de nephrostomy
A retirada do dispositivo ocorre quando a obstrução está resolvida e o rim recuperou a função normal. Este momento é planeado após exames de imagem confirmarem a permeabilidade do trato urinário. O processo é simples e realizado em ambiente ambulatório.
Critérios e técnica de remoção
A equipa médica avalia três fatores antes da retirada:
- Exames de imagem: Ultrassom ou TAC mostram ausência de bloqueio.
- Fluxo urinário: Volume adequado durante 48 horas.
- Sinais de infeção: Sem febre ou dor lombar.
A técnica envolve:
- Desinfecção da pele ao redor do tubo.
- Remoção suave sem necessidade de sutura.
- Aplicação de curativo oclusivo por 48 horas.
Recuperação após a remoção
Os primeiros dias são cruciais para evitar complicações. O paciente deve permanecer em observação durante 4 horas para detetar hematúria. Recomenda-se repouso relativo nas primeiras 72 horas.
| Cuidado | Período | Importância |
|---|---|---|
| Monitorização de hematúria | 24h | Evita complicações hemorrágicas |
| Restrição de atividade física | 72h | Previne recidivas |
| Controlo de dor | 48h | Garante conforto |
A taxa de recidiva da obstrução varia entre 5-8%. Caso note diminuição do débito urinário ou dor, contacte imediatamente o médico.
Perguntas frequentes respondidas pelo especialista
Muitos pacientes têm dúvidas sobre o uso prolongado deste sistema de drenagem. Aqui estão as respostas das equipas médicas para as questões mais comuns.
Quanto tempo pode permanecer o dispositivo?
Em casos crónicos, a troca é feita a cada 3 meses. O material biocompatível reduz riscos de reações no corpo. A duração exata depende da evolução clínica.
É compatível com ressonância magnética?
Sim, a maioria dos cateteres modernos são seguros para este exame. Informe sempre os médicos sobre o dispositivo antes de qualquer procedimento.
Afeta a função renal a longo prazo?
Estudos mostram que não há impacto significativo se a infeção for controlada. A monitorização regular garante a saúde dos rins.
É possível engravidar com este sistema?
Sim, mas requer adaptações. Consulte um especialista para avaliar riscos específicos. A informação detalhada é essencial para uma gestação segura.
Os seguros de saúde cobrem o tratamento?
Em Portugal, a maioria dos planos inclui este procedimento. Confirme com a sua seguradora os detalhes da cobertura.
Para mais informação, consulte sempre a equipa que acompanha o seu caso. Cada situação requer cuidados personalizados.
Informações essenciais para pacientes e cuidadores
Ter acesso a informação clara é fundamental para quem precisa deste tratamento. Centros de referência em Portugal, como o Hospital de Santa Maria (Lisboa) ou o Centro Hospitalar do Porto, oferecem apoio especializado.
Recursos de apoio psicológico estão disponíveis através do SNS 24. Viagens com o dispositivo requerem planeamento: leve um kit de emergência e evite atividades de alto impacto.
Programas educativos para cuidadores ensinam técnicas de higiene e monitorização. A legislação garante acesso a cirurgias dentro do tempo máximo de espera (45 dias).
Em caso de dúvidas, contacte a Direção-Geral da Saúde (Linha Saúde 24: 808 24 24 24). Direitos do paciente incluem segunda opinião médica e tratamentos sem custos adicionais.







